sábado, 27 de fevereiro de 2016



O pedreiro remendou um pedacinho do quintal. Demora pra ficar bonito de novo.

O rádio de pilha

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O telefone-esperto não se compara em importância.

Embaixo do travesseiro ele nos trazia "É Noite, Tudo se Sabe", solução dos insones; e  "Alquimia - O Som da New Age", que muitos suicídios causou, programa insuportável de música de elevador.

A rádio minuto da Macabea.

Ninguém ia pra cama sem ele, a ponto de uma amiga engraçada, quando brincavam "ih, você tá grávida?", responder "só se for do meu radinho".

Mas, acima de todos os que ouviam, o maior aficionado era (e ainda é) o torcedor. Objeto de amor, símbolo de desistência e arma letal. Beijado no gol do timão, arremessado no gol do adversário. Tio Zé, de vez em quando, jogava algum da varanda onde ouvia o corinthians, "agora vai... droga", para o meio da rua.

Quanto bandeirinha ladrão levou rádio na cabeça?

Nisso o telefone esperto menos ainda compete. É muito caro pra jogar na cabeça de alguém.
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